Quando eu era pequena, minha brincadeira preferida era brincar de ser adulto. Minha avó tinha uma confecção nos fundos da casa em que eu morava, e no salão haviam milhares de roupas e sapatos que perteciam a confecção. Um belo dia, a confecção fechou, meus avós foram morar no interior, e eu tinha o salão da minha casa repleto de roupas e sapatos de gente grande para brincar.
Passava horas e horas trancada lá dentro, experimentando de tudo. Inventava figurinos, desfiles, situações, botava a mesma roupa trinta vezes, de trinta maneiras diferentes, arrumava o cabelo e só não passava maquiagem por que minha mãe tinha essa teoria de que eu só poderia me maquiar e usar esmalte depois dos quinze anos. Nessa época eu sempre fazia o papel da executiva fodona e gostosa.
Sim, eu era uma criança bem espertinha.
E a minha vida foi assim até eu assistir Uma Cilada para Roger Rabbit. Jessica Rabbit foi a primeira coisa que eu achei sexy na vida.
Depois que vi esse filme, tudo o que eu queria ser era ela. "Criei" um vestido tomara - que - caia (que não era vermelho e muito menos de paêtes) e passava dias e noites imitando o jeito sexy que ela tinha de andar. Quebrei até o salto de um sapato por isso. Ridículo. Mas enfim, durante um tempo eu era Jessica Rabbit.
Na minha opnião, esse fato explica a minha adoração por cabelos vermelhos e tomara - que - caia. Fato triste: hoje eu raramente uso tomara - que - caia, por que comigo, eles realmente caem, e eu não acho sexy ficar sem blusa na balada.
Os anos passaram. E a Jessica Rabbit deixou de ser meu ídolo quando um alguém (não me lembro quem falou isso, não adianta) me disse que eu tinha uma pinta parecida com a da Marilyn Monroe. Para alguém que se sentia a Jessica Rabbit, derrepente se sentir a Marilyn Monroe (na fase ruiva, quem sabe...) não era uma coisa tão difícil. Então comecei a usar vestidos esvoaçantes, e torcer para que um dia eu passase por uma grade de ventilação. Fiquei encantada quando vi a primeira, mas não estava de vestido esvoaçante, o que não adiantou muito. Aliás, semana passada consegui enganchar o salto do meu sapato em uma grade de ventilação na Av. Paulista. Mico total.
Até eu perceber que, a pinta dela não tinha nada a ver com a que eu tinha (na verdade, ainda tenho...) demorou um certo tempo. Mas só desisiti de ser Marilyn Monroe quando meu avô veio me contar que ela era "moça da noite" (essas foram as exatas palavras que ele usou) e que não era adequado a uma asprirante da Marinha (o sonho dele era que eu fosse Almirante da Marinha) admirar uma "moça da noite". Sabe como é criança né...acredita em tudo o que ouve.
E os anos passaram mais um pouco. E conforme o tempo ía pasando eu percebi que nunca ía encontrar algo com o que eu realmente me identifica-se, sensualmente, claro. Por que eu sempre fui assim, meio moleca - menina - mulher.
Um belo dia, eu cortei minhas longas madeixas na altura do queixo. O que foi suficiente para meu pai me comparar com ela, a diva, Betty Boop. Ele sempre dizia:
- Ah, você é assim, baixinha, meio metida, fashion. A cara dela.
Tirando as deformações corporais que ela possui (tipo cabeção), eu até me acho bem parecida com ela sim. E olha só que coincidência, ela usa tomara - que - caia! Rá. E também foi chamada de "moça da noite" por muitos (se meu avô fica sabendo disso....tsc tsc tsc). Mas o que eu mais gosta nela, é o apelo sexual que ela tem.
A Betty Boop tem essa cara de menininha, dá gritinhos, encanta a todos, e ao mesmo tempo é pervertida, safada, usa vestido curtinho. Eu gosto dessa mistura. E depois que descobri a Betty, percebi que não precisava de modelos. Sensualidade se expira, e não copia.
Aliás, na minha sincera opinião, todo mundo é sexy. Todas as pessoas tem algo de sexy guardado dentro de si, que só mostram a pessoas especiais, ou derrepente nem notam que existe. Claro que existem extremos, como, por exemplo eles:
Fala sério, olha como eles são sexy!!!
Mas para mim, o que continua valendo, é a intenção!
"Um
blog para você, que sabe crescer com as grandes crises, mas já está
batendo com a cabeça no teto....."
Eptitáfio
Jaz
aqui uma pessoa de 21 anos, paulistana mas arretada da peste,
impaciente, iluminada, inusitada, inquieta, intrigante, interessante,
instigante, ilustrada, implicante e mais um monte de coisas que começam
com i...e com a, b, c, d...
"Bem,
ou mal, falem de mim"
Somente
para constar: não somente acabei a faculdade de turismo, como sou semi casada, feliz da vida, e continuo com essa
mania de rir a tôa...