Eu amo São Paulo. Acho fantástico viver em um lugar em que você pode surtar numa segunda feira e sair para comer comida indiana as 3:30 da manhã. Acho também fantástico morar em um lugar em que você pode almoçar comida marroquina e jantar comida alemã (e depois sair de madrugada para ir a drogaria comprar um sal de frutas). Enfim.....gosto da diversividade cultural que essa coisa insana nos propõe. As vezes é meio insano demais (tipo jantar as 8 da noite, ir para uma balada as dez, e terminar em uma rave as seis da manhã), as vezes é estressante (trânsito, assaltos, falta de $$$) e as vezes é engraçado, bem engraçado.
Eu vou relatar casos engraçados, vou relatar as preciosidades que já conheci, vi ou trombei andando na rua. Pessoas que não deixam a falta de dinheiro, de saúde ou sequer de carinho tirem seu bom humor. E não esperem pouca coisa, pois um dos lugares que mais ando, é na Av. Paulista....
- O tiozinho do Amber - Vision: esse cara é uma figura. Um senhor, que deve ter por volta de seus 75 - 82 anos, que pega sempre o mesmo ônibus que eu. É um velinho todo mirrado, menor que uma tampinha de coca - cola, e que usa um óculos Amber - vision. Eu não prescio relatar que o óculos fica dez vezes maio que ele e que a cena acaba ficando hilária, especialmente por que ele fica olhando para bunda das senhoras que sobem no ônibus.
Numa versão mais mudérna
- O mendigo bem - humorado. Todo santo dia trombo com dois mendigos simpáticos, o tiozinho da bala (devidamente relatado há alguns posts) e o "tortinho". O "tortinho" é um mendigo bacana, ele tem dois dentes na boca (um para doer e outra para abrir garrafa), e provavelmente nasceu com algum problema, pois ele anda com uma dificuldade absurda e em um dos braços possui inúmeras deficiências. Inicialmente, eu sentia pena dele, e sempre dava as minhas bolachas matinais para ele comer. Até o dia em que eu resolvi abrir um pouco mais a janela do carro. Eu lembro que eu estava ouvindo em alto e bom som Macy Gray, e o cara parou do meu lado e começou a dançar. A partir daí ele sempre para do lado meu carro, conversa, as vezes me pede um cigarro (mas se for o último do maço ele se nega a pegar...), dança comigo, e abre aquele sorriso lindo pra me desejar um bom dia.
- CD. O CD é um daqueles bêbados sem rumo. Ele sempre está no bar da faculdade, dançando, sorrindo, e, claro, bebendo. Ele ganhou esse apelido por que um dos ítens que sempre compõe o visual fashion dele, é um atípico colar de cd's. São inúmeros cd's, e a cada dia que passa aumenta, por que o cara virou meio que uma lenda na faculdade e sempre tem um querendo fazer uma graça e dando um cd para ele. Eu nunca dei, mas já tive um papo surreal sobre cerveja com ele.
Ítem Fashion
- Florisvaldo, o homem que ama o verde. Ele reside pelos lados da USP, e até alguns anos atrás era conhecidíssimo na região. Ganhou esse nome por que em todo lugar que ele passa e tem alguma planta (com exceção a grama) ele para e beija a planta. TODA planta. TODA. Imagina quanto tempo ele deve demorar para chega ao seu destino...
- O cara do AAAAAAAAAAbacaxi. Esse não pertence a São Paulo, e sim ao Rio de janeiro. Mas como passei longuíssimas temporadas lá, acho válido, e particularmente engraçado citar. É um cara, que anda na praia de Ipanema, com uma cesta cheia de abacaxi na cabeça para vender. Ele sempre vem gritando: - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAbacaxi. E o mais engraçado, é que ele sempre espera chegar perto de um grupo desatento de pessoas (preferencialmente turistas gringos) para gritar: - AAAAAAAAAAAAAAAAbacaxi. Eu já vi o cara ter que sair correndo para não panhar algumas vezes, mas que é engraçado ver o pessoal se assustando, é. E a maior prova de que esse homem é uma lenda, está em uma Veja SP (não lembro qual, mas deve ter aproximadamente um ano), que fez um repotagem completa com o tal.
AAAAAAAAbacaxi!
- O Tiozinho. É uma figura rara, outra lenda (por que a Veja SP também já fez reportagem com ele). É um "tio", com seus 45 - 50 anos, loirão oxigenado, que sempre usa ternos de cor e gosto duvidoso e óculos escuros a la "80's". Ele tem um carro X conversível amarelo ovo. E sempre se arruma todo, pega seu possante, e para nas esquinas mais badaladas e movimentadas de São Paulo (como o cruzamento da Av. Cidade Jardim com a Av. Brasil). Todo posudo, ele enconsta no seu carro, e fica lá, tarde inteiras sendo gozado pelas pessas que por ali passam. Vai enteder...
Existem outras milhares de raridades por aí. Camelots, garçons, cobradores, frentistas... Eu citei exemplos de pessoas humildes, que não tem nada a perder dando um sorriso. Eu acho isso fantástico. Enquanto alguns passam manhãs terrivelmente mal humoradas dentro de seus escritórios fechados ganhando milhões, outros passam manhãs agradabilíssimas (e claro que não é sempre assim...) simplesmente sorrindo, e fazendo os outros sorrir. Eu sou uma dessas, que simplesmente sorri.
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Não posso deixar de citar que atualmente ando bem feliz, e claro que isso influi muito nos meus posts, e me faz criar coisas sentimentais e cheios de menssagens meigas. Mas não fiquem bravos comigo não! É tudo culpa dele. Juro!
"Um
blog para você, que sabe crescer com as grandes crises, mas já está
batendo com a cabeça no teto....."
Eptitáfio
Jaz
aqui uma pessoa de 21 anos, paulistana mas arretada da peste,
impaciente, iluminada, inusitada, inquieta, intrigante, interessante,
instigante, ilustrada, implicante e mais um monte de coisas que começam
com i...e com a, b, c, d...
"Bem,
ou mal, falem de mim"
Somente
para constar: não somente acabei a faculdade de turismo, como sou semi casada, feliz da vida, e continuo com essa
mania de rir a tôa...